sexta-feira, 28 de março de 2008

O CHEFE SEATLE E OS VALORES

No ano de 1854, o presidente dos Estados Unidos fez a uma tribo do norte a proposta de comprar suas terras, oferecendo em contrapartida a concessão de uma outra "reserva".
O texto da resposta do Chefe Seattle tem sido considerado, através dos tempos, um dos mais belos pronunciamentos a respeito da importância das tradições.

"Como é que se pode comprar ou vender o céu, o calor da terra?
Esta idéia parece-nos estranha.
Se não possuímos o frescor do ar e o brilho da água, como é possível vendê-los?
Cada pedaço desta terra é sagrado para meu povo. Cada ramo, cada punhado de areia do deserto, cada sombra de árvore, cada uma dessas coisas é sagrada na memória do meu povo.
Os mortos do homem branco esquecem sua terra de origem quando vão caminhar entre as estrelas.
Nosso mortos jamais esquecem estas montanhas e vales, pois assim é o rosto de nossa Mãe.
Somos parte da terra e ela faz parte de nós.
As flores são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia são nossos irmãos.
Os picos rochosos, os sulcos úmidos nas campinas, o calor do corpo do potro e o homem - todos pertencem à mesma família.
Portanto, quando o Grande Chefe em Washington manda dizer que deseja comprar nossa terra, pede muito de nós.
O Grande Chefe diz que irá nos colocar em um lugar onde poderemos viver felizes.
Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos.
Portanto, nós vamos considerar a sua oferta de comprar nossa terra.
Mas isso não será fácil, porque essa água brilhante que corre nos riachos não é apenas água, mas o sangue de nossos antepassados.
Se lhe vendermos a terra, eles podem esquecer que o murmúrio das águas é a voz dos nossos ancestrais e as lembranças de tudo o que ocorreu enquanto vivemos aqui.
Sabemos que o homem branco não compreende nossos costumes.
Uma porção de terra, para ele, tem o mesmo significado que qualquer outra, pois é um forasteiro que vem à noite e extrai da terra aquilo de que necessita.
A terra não é sua irmã, mas uma mulher atraente, e quando ele a conquista, prossegue seu caminho.
Deixa para trás os túmulos de seus antepassados e não se incomoda.
Retira da terra aquilo que seria de seus filhos e não se importa.
A sepultura de seu pai e os direitos de seus filhos são esquecidos.
Trata sua mãe, a terra, e seu irmão, o céu, como coisas ou enfeites coloridos.
Seu apetite devorará a terra, deixando somente um deserto.
Eu não sei, nossos costumes são diferentes dos seus.
A visão de suas cidade fere os olhos do homem vermelho.
Talvez seja porque o índio é um selvagem e não compreenda.
Não há lugar quieto na cidade do homem branco.
Nenhum lugar onde se possa ouvir o desabrochar de folhas na primavera ou o bater das asas de um inseto.
O ruído parece somente insultar os ouvidos.
E o que resta da vida se um homem não pode ouvir o choro solitário de uma ave ou o debate dos sapos ao redor de uma lagoa, à noite?
O que é o homem sem os animais?
Se todos os animais se fossem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Pois o que ocorre com os animais, breve acontece com o homem.
Há uma ligação em tudo.
Tudo o que acontecer à terra acontecerá aos filhos da terra.
Se os homens cospem no solo, estão cuspindo em si mesmos.
Isto sabemos: a terra não pertence ao homem, o homem pertence à terra. O homem não tramou o tecido da vida; ele é simplesmente um de seus fios.
Tudo o que fizer ao tecido fará a si mesmo.
Mesmo o homem branco, cujo Deus caminha e fala como ele, de amigo para amigo, não pode fugir desta realidade.
De uma coisa estamos certos: nosso Deus é o mesmo Deus dele.
A terra Lhe é preciosa, e feri-la é desprezar o Criador.
É o final da vida e o início da sobrevivência."

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