quinta-feira, 21 de julho de 2011

UM DESEMBARGADOR JUSTO


Decisão do Desembargador José Luiz Palma Bisson, do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferida num Recurso de Agravo de Instrumento ajuizado contra despacho de um Magistrado da cidade de Marília (SP), que negou os benefícios da Justiça Gratuita a um menor, filho de um marceneiro que morreu depois de ser atropelado por uma motocicleta.
 O menor ajuizou uma ação de indenização contra o causador do acidente pedindo pensão de um salário mínimo mais danos morais decorrentes do falecimento do pai.
Por não ter condições financeiras para pagar custas do processo o menor pediu a gratuidade prevista na Lei 1060/50.
O Juiz, no entanto, negou-lhe o direito dizendo não ter apresentado prova de pobreza e, também, por estar representado no processo por "advogado particular".
A decisão proferida pelo Tribunal de Justiça de São Paulo a partir do voto do Desembargador Palma Bisson é daquelas que merecem ser comentadas, guardadas e relidas diariamente por todos os que militam no Judiciário.

Transcrito a íntegra do voto:


“É o relatório.

Que sorte a sua, menino, depois do azar de perder o pai e ter sido vitimado por um filho de coração duro - ou sem ele -, com o indeferimento da gratuidade que você perseguia.
Um dedo de sorte apenas, é verdade, mas de sorte rara, que a loteria do distribuidor, perversa por natureza, não costuma proporcionar.
Fez caber a mim, com efeito, filho de marceneiro como você, a missão de reavaliar a sua fortuna.
Aquela para mim maior, aliás, pelo meu pai - por Deus ainda vivente e trabalhador - legada, olha-me agora.
É uma plaina manual feita por ele em paubrasil, e que, aparentemente enfeitando o meu gabinete de trabalho, a rigor diuturnamente avisa quem sou, de onde vim e com que cuidado extremo, cuidado de artesão marceneiro, devo tratar as pessoas que me vêm a julgamento disfarçados de autos processuais, tantos são os que nestes vêem apenas papel repetido.
É uma plaina que faz lembrar, sobretudo, meus caros dias de menino, em que trabalhei com meu pai e tantos outros marceneiros como ele, derretendo cola coqueiro - que nem existe mais - num velho fogão a gravetos que nunca faltavam na oficina de marcenaria em que cresci; fogão cheiroso da queima da madeira e do pão com manteiga, ali tostado no paralelo da faina menina.
Desde esses dias, que você menino desafortunadamente não terá, eu hauri a certeza de que os marceneiros não são ricos não, de dinheiro ao menos.
São os marceneiros nesta Terra até hoje, menino saiba, como aquele José, pai do menino Deus, que até o julgador singular deveria saber quem é.
O seu pai, menino, desses marceneiros era.
Foi atropelado na volta a pé do trabalho, o que, nesses dias em que qualquer um é motorizado, já é sinal de pobreza bastante.
E se tornava para descansar em casa posta no Conjunto Habitacional Monte Castelo, no castelo somente em nome habitava, sinal de pobreza exuberante.
Claro como a luz, igualmente, é o fato de que você, menino, no pedir pensão de apenas um salário mínimo, pede não mais que para comer.
Logo, para quem quer e consegue ver nas aplainadas entrelinhas da sua vida, o que você nela tem de sobra, menino, é a fome não saciada dos pobres.
Por conseguinte um deles é, e não deixa de sê-lo, saiba mais uma vez, nem por estar contando com defensor particular.
O ser filho de marceneiro me ensinou inclusive a não ver nesse detalhe um sinal de riqueza do cliente; antes e ao revés a nele divisar um gesto de pureza do causídico.
Tantas, deveras, foram as causas pobres que patrocinei quando advogava, em troca quase sempre de nada, ou, em certa feita, como me lembro com a boca cheia d'água, de um prato de alvas balas de coco, verba honorária em riqueza jamais superada pelo lúdico e inesquecível prazer que me proporcionou.
Ademais, onde está escrito que pobre que se preza deve procurar somente os advogados dos pobres para defendê-lo?
Quiçá no livro grosso dos preconceitos...
Enfim, menino, tudo isso é para dizer que você merece sim a gratuidade, em razão da pobreza que, no seu caso, grita a plenos pulmões para quem quer e consegue ouvir.
Fica este seu agravo de instrumento então provido; mantida fica, agora com ares de definitiva, a antecipação da tutela recursal.
É como marceneiro que voto.

JOSÉ LUIZ PALMA BISSON -- Relator Sorteado”


quarta-feira, 20 de julho de 2011

AS PIPOCAS DE SEU ZÉ

LAGO MUNICIPAL DE ARARAS
Saiu na Exame.com essa matéria muito interessante.
O autor, José Luis tejon fala de uma pessoa de minha cidade, Araras.
Ele usa como exemplo o pipoqueiro Sr. José (o maior vendedor de pipoca da cidade), já falecido, onde seus dois carrinhos ainda continuam com sua tradição pelos seus familiares.
Eu gosto da pipoca de seu Lauro, senhor simpático, capricha no queijo, que trabalha quase ao lado dos carrinhos de seu José.
Eis a matéria...






Na praça Matriz de Araras, interior de São Paulo, uma fila enorme num carrinho de pipoca. 
Ao mesmo tempo outros vários carrinhos sem nenhum fregues.
 O Xavier, motorista que me levava para uma palestra na Secretaria de Cultura da cidade, para quase mil professoras falou : ” olha Tejon, voce viu aquilo !? ” 
Pois é, eu vi. Vamos voltar e investigar: por que o carrinho de pipoca do ” Seu Zé “, vendia tanto e tinha fila e os outros ao lado, sem ninguém ? 
O ” Seu Zé “, original,  já é falecido. Ele iniciou esse micro negócio há 60 anos atrás. 
E durante esse tempo todo aquele carrinho é fiel aos fregueses que esperam na fila para comprar os seus saquinhos de pipoca com pedaços de provolone. 
Hoje é a filha do seu Zé que administra o negócio, a Gilda,  ao lado da nora do  ” Seu Zé ” a Dona Marlene. 
Curioso puxei conversa, e soube que eles tem um produto honesto feito com bons ingredientes, eles tem carisma, atenção com os fregueses, funcionarios bem educados. 
Chegam a vender até 200 panelas de pipoca num domingo, pode fazer a conta, uma panela dá para 12 saquinhos a R$ 1 cada; e acrescente as vendas durante a semana. 
Dona Marlene é aposentada do Banco a Dona Gilda foi diretora de escola, e ali, daquele carrinho de pipoca pelo menos tres familias viveram e vivem , além dos empregados. 
Fica ai a pergunta : ” por que o carrinho de pipocas do ” Seu Zé ” tem fila e vende tanto, se pipoca é ” tudo a mesma coisa ” ?
 E, no meio de tanta indignação com lideranças tenebrosas e funéreas como os tantos ” Alfredo’s Nascimento’s, ex- ministro dos transportes, e sua corja corrupta defenestrados por mais outro crime do colarinho branco; vai aqui a homenagem ao ” Seu Zé “, sua familia e aos fregueses que fazem fila para comprar as suas pipocas ao longo de 60 anos.
 Esse homem é mais um exemplo de um verdadeiro líder que nos ensina uma bela lição ; 
 “como ganhar dinheiro à moda antiga : trabalhando  !!!”. 


José Luis tejon


terça-feira, 19 de julho de 2011

BRASIL PODE SE DAR MAL

O governo brasileiro compra títulos dos USA, que está cada vez mais endividado.
Se ele der o calote, vamos para o buraco juntos.
Fala a verdade...
Só no Brasil mesmo...



O impasse nos Estados Unidos sobre a aprovação do aumento do teto da dívida pública não está tão distante do Brasil quanto a geografia sugere. O governo brasileiro não para de comprar títulos do Tesouro americano. 
No fim de maio, segundo relatório do próprio Tesouro dos EUA, o Brasil era o quarto país em valor investido em títulos da dívida pública americana - os chamados Treasury bonds (T-Bonds) e outros papéis.
Em um ano, o Brasil teve o segundo maior crescimento de aplicações na dívida americana, entre os 10 maiores credores dos Estados Unidos. O investimento em títulos do tesouro americano saltou 30,90%, de US$ 161,5 bilhões em maio de 2010 para para US$ 211 bilhões no mesmo mês deste ano. Só ficou atrás da variação do investimento feito pela China no mesmo intervalo, de 33,66%.
Somente em maio, o Brasil incorporou US$ 4,5 bilhões nesse tipo de aplicação. Segundo analistas, a maioria desses títulos do Tesouro é detida pelo Banco Central (BC) brasileiro, que investe em T-Bonds boa parte das reservas oficiais, resultado da política de desvalorização do real ante o dólar. Os dólares comprados no mercado aberto pelo BC, para segurar a alta do real, são investidos em títulos americanos - esses ativos ainda são considerados seguros, ou seja, com pouca chance de calote ou prejuízo, por boa parte dos economistas.
 Mas essa opinião começou a mudar em 16 de maio quando os Estados Unidos anunciaram que atingiram o limite legal de endividamento público, de US$ 14,3 trilhões. 
Caso esse teto não seja expandido até 2 de agosto, pela primeira vez o país poderá deixar de cumprir seus compromissos financeiros.
TODA A MATÉRIA GLOBO.COM 



domingo, 17 de julho de 2011

AMOR DE IRMÃOS

Dois irmãos que trabalhavam juntos numa fazenda da família.
Um deles era casado e tinha um grande numero de filhos. O outro era solteiro.

No final de cada dia, os irmãos se reuniam e dividiam igualmente o produto e o lucro.
Um dia, o irmão solteiro disse para si mesmo: Não é justo que eu divida igualmente
o lucro de nossa fazenda.Afinal, eu vivo só e minhas necessidades são mais simples.
Assim, cada noite ele tomava um saco de grãos de seu celeiro, cruzava o pátio; que ficava entre as duas casas e o levava ao celeiro de seu irmão.
O irmão casado, por sua vez pensava: Não é justo que eu divida igualmente o lucro
de nossa fazenda com meu irmão solteiro. Afinal eu sou casado, tenho esposa e filhos; que com certeza cuidarão de mim no futuro. Meu irmão não tem ninguém, portanto, seu futuro parece ser mais incerto do que o meu!
Assim, noite após noite ele pagava um saco de grãos e o depositava no celeiro do irmão.
Ambos ficaram intrigados por anos, porque sua própria quantidade de grãos nunca diminuía.
Sentiram,porém, que o respeito e a consideração que tinham um pelo outro parecia aumentar.
Até que em uma noite escura, os dois irmãos se encontraram e descobriram o que estava acontecendo.
Então se abraçaram longamente, entenderam que o desprendimento e a preocupação de um pelo outro fizeram com que aumentasse o amor que os unia.

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