Está surgindo um novo tipo de voto de cabresto, é o voto do cajado.
A "indicação" de que tal ou qual candidato é de Deus e o outro demonizado está "levando" ao poder paralelo os lideres religiosos que "santificam" o candidato, instruindo os seguidores à votar em massa no candidato.
Se isso não é cabresto, o que é?
O voto de cabresto é um sistema tradicional de
controle de poder político através do abuso de autoridade, compra
de votos ou utilização da máquina pública. É um mecanismo muito recorrente
nos rincões mais pobres do Brasil como característica do coronelismo.
A figura do coronel era muito comum durante os anos iniciais da República,
principalmente nas regiões do interior do Brasil. O coronel era um grande
fazendeiro que utilizava seu poder econômico para garantir a eleição dos
candidatos que apoiava. Era usado o voto de cabresto, onde o coronel
(fazendeiro) obrigava e usava até mesmo de violência para que os
eleitores de seu "curral eleitoral" votassem nos candidatos apoiados
por ele. Como o voto era aberto, os eleitores eram pressionados e
fiscalizados por capangas do coronel, para que votassem nos candidatos por ele
indicados. O coronel também utilizava outros recursos para conseguir seus
objetivos políticos, tais como compra de voto, votos fantasmas, troca de
favores, fraudes eleitorais e violência.
No sistema político e eleitoral brasileiro, nos dias atuais, é muito difícil
controlar o voto das pessoas. Mas há novos mecanismos de pressão que são
usados. Por exemplo, anotar as secções em que os eleitores de uma determinada
família ou localidade votam, para depois conferir se a votação do candidato
correspondeu ao que se esperava dos eleitores. Embora não seja possível se
determinar "quem" votou em "quem" por este método, ele é
eficaz entre a população mais pobre como instrumento de pressão psicológica.
Mas há também o uso de poder das milicias, nas comunidades pobres, que obrigam
os moradores locais a votar em quem eles querem, ou não permitem o voto em
candidatos cujo a milicia não aceita; se a população não cumpre a milícia pode
abusar do poder e causar mortes ou parar de "ajudar" os moradores