terça-feira, 12 de junho de 2012

UMA CARTA PARA MARIA

Carta escrita por Herbert de Souza (o Betinho) para sua mulher Maria, e lida um ano após sua morte, pelo ator Jonas Bloch, durante a cerimônia no CCBB:"
Este texto é para Maria ler depois da minha morte que, segundo meus cálculos, não deve demorar muito. 
É uma declaração de amor.
Não tenho pressa em morrer, assim como não tenho pressa em terminar esta carta.
 Vou voltar a ela quantas vezes puder e trabalhar com carinho e cuidado cada palavra. 
Uma carta para Maria tem que ter todos os cuidados. 
Não quero triste, quero fazer dela também um pedaço de vida pela via de lembrança que é a nossa eternidade. 
Nos conhecemos nas reuniões de AP (Ação Popular), em 1970, em pleno Maoísmo. Havia uma clima de sectarismo e medo nada propício para o amor.Antes de me aventurar andei fazendo umas sondagens e os sinais eram animadores, apesar de misteriosos. Mas tínhamos que começar o namoro de alguma forma. 
Foi no ônibus da Vila das Belezas, em São Paulo.
Saímos em direção ao fim da linha como quem busca um começo. E aí veio o primeiro beijo, sem jeito, espremido, mas gostoso, um beijo público.
A barreira da distância estava rompida para dar começo a uma relação que já completou 26 anos!O Maoísmo estava na China, nosso amor na São João. Era muito mais forte que qualquer ideologia. 
Era a vida em nós, tão sacrificada naclandestinidade sem sentido e sem futuro. Fomos viver em um quarto e cozinha, minúsculos, nos fundos de uma casa pobre, perto da Igreja da Penha. 
No lugar cabia nossa cama, uma mesinha, coisas de cozinha e nada mais. Mas como fizemos amor naquele tempo!Foi incrível e seguramente nunca tivemos tanto prazer.Tempos de chumbo, de medo, de susto e insegurança. 
Medo de dia, amor de noite. Assim vivemos por quase um ano. 
Até que tudo começou "cair". Prisões, torturas, polícia por toda a parte, o inferno na nossa frente. Fomos para o Chile. E ali, chamado por Garcez paraelaborar textos, acabei no agrado de Allende, que os usou em seus discursos oficiais. 
Foi a primeira vez que eu vi amor virar discursopolitico... 
Depois passamos por muita coisa até voltar. Até que a anistia chegou e nos surpreendeu. 
E agora, o que fazer com o Brasil?
Foi um turbilhão de emoções: o sonho virou realidade! 
Era verdade, o Brasil era nosso de novo. A primeira coisa foi comer tudo que não havíamos comido no exílio: angu! com galinha ao molho pardo, quiabo com carne moída, chuchu com maxixe, abóbora, cozido, feijoada. 
Um festival de saudades culinárias, um reencontro com o Brasil pela boca.
Uma das maiores emoções da minha vida foi ver o Henrique surgindo de dentro de você. 
Emoção sem fim e sem limite que me fez reencontrar a infância.
Depois do exílio, nossas vidas pareciam bem normais. Trabalhávamos;viajávamos nas férias, visitávamos os amigos, o Ibase funcionava, até a hemofilia parecia que havia dado uma trégua. 
Henrique crescia,Daniel aos poucos se reaproximava de mim, já como filho e amigo.
Mas como uma tragédia que vem às cegas e entra pelas nossas vidas, estávamos diante do que nunca esperei. A Aids. Em 1985, surge a notícia da epidemia que atingia homossexuais, drogados e hemofílicos. 
O pânico foi geral. Eu, é claro, havia entrado nessa. 
Não bastava ter nascido mineiro, católico, hemofílico, maoísta e meio deficiente físico.
Era necessário entrar na onda mundial, na praga do século, mortal, definitiva, sem cura, sem futuro e fatal. 
E foi aí que você, mais doque nunca, revelou que é capaz de superar a tragédia, sofrendo, mas enfrentando tudo e com um grande carinho e cuidado.
 A Aids selou um amor mais forte e mais definitivo porque desafia tudo, o medo, tentação do desespero, o desânimo diante do futuro. Continuar tudo apesar de tudo, o beijo, o carinho e a sensualidade.Assumi publicamente minha condição de soropositivo e você me acompanhou. 
Nunca pôs um "senão" ou um comentário sobre cuidados necessários. Deu a mão e seguiu junto como se fosse metade de mim,inseparável. 
E foi. Desde os tempos do cólera, da não esperança, da morte do Henfil e Chico, passando pelas crises que beiravam a morte até o coquetel que reabria as esperanças. Tempo curto para descrever, mas uma eternidade para se viver.Um dos maiores problemas da Aids é o sexo. 
Ter relações com todos os cuidados ou não ter? 
Todos os cuidados são suficientes ou não se deve correr riscos com a pessoa amada? 
Passamos por todas as fases, desde o sexo com uma ou duas camisinhas até sexo nenhum, só carinho. 
Preferi a segurança total ao mínimo risco.
Parei, paramos e sem dramas, com carências, mas sem dramas, como se fosse normal viver contrariando tudo que aprendemos como homem e mulher, vivendo a sensualidade da música, da boa comida, da literatura, da invenção, dos pequenos prazeres e da paz. Viver é muito mais que fazer sexo. 
Mas para se viver isso, é necessário que Maria também sinta assim e seja capaz dessa metamorfose como foi.Para se falar de uma pessoa com total liberdade é necessário que uma esteja morta e eu sei que este será o meu caso.
 Irei ao meu enterro sem grandes penas e principalmente sem trabalho, carregado. 
Não tenho curiosidade para saber quando, mas sei que não demora muito.
Quero morrer em paz, na cama, sem dor, com Maria do meu lado e sem muitos amigos, porque a morte não é ocasião para se chorar, mas para celebrar um fim, uma história. 
Tenho muita pena das pessoas que morrem sozinhas ou mal acompanhadas, é morrer muitas vezes em uma só. 
Morrer sem o outro é partir sozinho. 
O olhar do outro é que te faz viver descansar em paz.
 O ideal é que pudesse morrer na minha cama e sem dor, tomando um saquê gelado, um bom vinho português ou uma cerveja gelada.
Te amo para sempre,Betinho,Itatiaia, janeiro de 1997" .

VALANTINE'S DAY - DIA DOS NAMORADOS

Origem


O feriado do dia dos namorados provavelmente origina-se da festa romana antiga de Lupercalia.
Ninguém sabe exatamente quem foi o Santo Valentine. De fato, os registros da igreja mostram o mesmo Santo Valentine nomeado por dois povos. Ambos foram jogados na cadeia.


O Primeiro Valentine:


Nos últimos dias de Roma, os lobos ferozes vagavam próximos às casas. Os romanos convidavam um de seus deuses, Lupercus, para manter os lobos afastados. Por isso, um festival era oferecido em honra de Lupercus e comemorado no dia 15 de fevereiro. Lembrando que o calendário era diferente naquele tempo.


Como um dos costumes do povo, no início do festival de lupercalia, os nomes das meninas romanas eram escritos em pedaços de papel e colocados em frascos. Cada homem escolheria um papel. A menina cujo nome era escolhido, devia ser sua namorada durante aquele ano.

Valentine era um padre em Roma, quando o cristinanismo era uma religião nova. O imperador nesse tempo, Claudius II requisitou que os soldados romanos não se casassem. Claudius acreditava que, como homens casados, seus soldados iriam querer permancer em casa com suas famílias ao invés de lutar nas guerras.


Valentine foi contra o decreto do imperador e casava secretamente os jovens. O padre foi preso e julgado à morte. Valentine morreu em 14 de fevereiro, no mesmo dia do feriado romano de Lupercalia. Após sua morte, Valentine foi considerado santo.

O Segundo Valentine:


O segundo Valentine foi preso por ajudar alguns cristãos. Enquanto na cadeia, apaixonou-se pela filha cega do carcereiro. Seu amor por ela e sua grande fé operaram um milagre, curando a sua cegueira.


Antes dele ser morto (diz-se que foi decapitado em 14 de Fevereiro do ano 269 D.C.), enviou-lhe uma mensagem de despedida assinada: "De seu Valentine". Esta frase tem sido usada, desde então, em cartas de amor.

O Feriado:


No ano 496, o Papa Celasius decidiu adotar 14 de Fevereiro para honrar a memória de St. Valentine (não se sabe ao certo qual dos dois, ou se os dois).


O feriado caiu no dia anterior ao festival romano de Lupercalia, em honra do deus Lupercus que protegia as colheitas e contra os lobos. Talvez de caso pensado para se ter uma festa cristã em contraponto ao festival pagão.


O festival de Lupercalia era comemorado em 15 de fevereiro. Com o passar dos anos, o "Valentine's Day" e o festival de "Lupercalia" foram unidos em um único feriado e transformaram-se em um momento mágico para se comemorar o amor e a afeição.


No BRASIL:


No Brasil, comeroramos o Valentine's Day como Dia dos Namorados, em 12 de Junho.





Nos Estados Unidos:


Nos dias que antecedem a 14 de Fevereiro, as lojas, as livrarias e as drograrias apresentam uma grande variedade de cartões, chamados Valentines. De fato, o "Valentine's Day" é o segundo feriado mais comemoradonos EUA, somente atrás do natal, em número de cartões enviados através dos correios. Há Valentines (cartões) especiais, com as mensagens dirigidas a membros específicos da família.


DO SITE Portal Nosso São Paulo


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