sábado, 31 de janeiro de 2009

FILOSOFANDO 310109

MEDITAÇÃO
A gente começa amar por simples curiosidade,
por ter lido num olhar certa possibilidade.
e como, no fundo a gente se quer muito bem,
ama quem ama,
somente pelo gosto igual que tem.
Depois a gente começa a repartir dor por dor,
e se habitua depressa a trocar frases de amor.
E, sem pensar,
vai falando de novo as que já falou...
e continua amando,
só porque já começou...
(Manoel Bandeira)

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

DIA DA SAUDADE

A palavra Saudade traz em si, diversos significados que podem ser interpretados de acordo com o contexto onde é aplicado.
Sua origem encontra-se no Latim, Solitate, a conotação contemporânea distanciou-se da original.
Saudade não mais se refere ao sentimento de solidão preservado em variações de línguas românicas como o espanhol: soledad e soledat.

Saudade, "Sentimento mais ou menos melancólico de ausência, ligado pela memória à situações de privação da presença de alguém ou de algo, de afastamento de um lugar ou de uma coisa, ou à ausência de certas experiências e determinados prazeres já vividos e considerados pela pessoa em causa como um bem desejável"; ou "Lembrança nostálgica e, ao mesmo tempo, suave, de pessoa ou coisa distante ou extinta.
Pesar pela ausência de alguém que nos é querido". Lembrança e Nostalgia.

Em 30 de janeiro celebra-se o "Dia da Saudade".
Na gramática Saudade é substantivo abstrato, tão abstrato que só existe na língua portuguesa.
Os outros idiomas têm dificuldade em traduzi-la ou atribuir-lhe um significado preciso: Te extraño (castelhano), J'ai regret (francês) e Ich vermisse dish (alemão).
No idioma inglês encontramos várias tentativas: homesickness (equivalente a saudade de casa ou do país), longing e to miss (sentir falta de uma pessoa), e nostalgia (nostalgia do passado, da infância).
Mas todas essas expressões estrangeiras não definem o que sentimos.
São apenas tentativas de determinar esse sentimento que nós mesmos não sabemos exatamente o que é.
Não é só um obstáculo ou uma incompatibilidade da linguagem, mas é principalmente uma característica cultural daqueles que falam a língua portuguesa.

Saudade não tem cor, mas pode ter cheiro.
Não podemos ver nem tocar, mas sabemos o quanto é grande.
Pode ser o sentimento que alimenta um relacionamento amoroso ou apenas o que sobra dele.
Pode ser uma ausência suave ou um tipo de solidão.
Pode ser uma recordação daquele momento e daquela pessoa, que um dia, mesmo sabendo ser impossível, ousamos querer reviver e rever.
É a dor de quem encontrou e nunca mais encontrará, de quem sentiu e nunca mais voltará a sentir.
A saudade se combina com outros sentimentos e procria-se.
A soma da saudade com a solidão é igual a Dor.
O resultado da saudade com a Esperança é a Motivação.

Saudade é uma só, em diferentes palavras.
É comum encontrá-la grafada nas lápides em alusão a dor da ausência provocada pela morte.
Mas na Literatura e na Música é um tema crônico.
É quem arquiteta a estrofe e conduz o tom.
Não importa o gênero literário ou o estilo musical, não importa o autor, a época ou a situação.

Casimiro de Abreu versificou sua saudade da infância: "Oh! que saudades que eu tenho / Da aurora da minha vida / Da minha infância querida / Que os anos não trazem mais!".

Álvares de Azevedo antecipou a saudade mortal: "Se eu morresse amanhã, viria ao menos / Fechar meus olhos minha triste irmã / Minha mãe de saudades morreria / Se eu morresse amanhã!".

A poetisa portuguesa, Florbela Espanca, também registrou sua saudade: "E a esta hora tudo em mim revive / Saudades de saudades que não tenho... / Sonhos que são os sonhos dos que eu tive...".

O Rock brasileiro transformou a saudade numa de suas bandeiras. Renato Russo cantou: "nessa saudade que eu sinto / De tudo que eu ainda não vi".

Ainda nas canções de Renato: "dos nossos planos é que tenho mais saudade". Entre o Rock e a MPB, Cazuza, declarou: "Saudade do que nunca vai voltar / E dos amigos que se foram / Eu hoje estou com saudade".
Tom Jobim e Vinícius de Moraes compuseram: "Chega de saudade / A realidade é que sem ela não há paz...".

Saudade é um registro fiel do passado.
É a prova incontestável de tudo que vivemos e ficou impresso na alma.
Ao confessarmos uma saudade, na verdade, estamos nos vangloriando de que, ao menos uma vez na vida, conhecemos pessoas e vivemos situações que foram boas, e serão eternas em nossa alma. Nutri-la, é alimentar o espírito e a própria existência.

Se há tantas e, ao mesmo tempo, tão imprecisas definições de saudade, resta-nos apenas cultivá-la e alimentá-la com pensamentos, músicas, perfumes, fotografias, lugares, fins de tarde e madrugadas.
Saibamos viver plenamente o presente, pois ele será a saudosa lembrança de amanhã.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

FILOSOFANDO 122

"Não é bastante
ter ouvidos para ouvir
o que é dito.
É preciso, também,
que haja silêncio
dentro da alma"
(Fernando Pessoa)

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

CARRO MOVIDO A AR

Estão chegando ao mercado os primeiros carros movidos a ar-comprimido. Pelo menos ao mercado da Índia, onde a MDI International, pertencente a Guy Négre, ex-engenheiro da Fórmula 1, fechou um acordo com a maior fabricante de automóveis do país, a Tata Motors.

Négre é o responsável pelo projeto do MiniCat e do CityCat, dois pequenos veículos com carroceria em fibra de vidro e cujo motor funciona unicamente com o ar-comprimido armazenado em um tanque muito parecido com o tanque de gás natural já largamente utilizado no Brasil.

A empresa planeja produzir 6.000 unidades do carro a ar já em 2008, em diversas versões. A carroceria de fibra não é o único fator responsável pelo baixo peso do veículo, que viabilizou a utilização do motor a ar: uma tecnologia de multiplexação permite que todos os equipamentos elétricos do veículo sejam acionados por um único fio - microprocessadores identificam quando o comando se refere à lâmpada do pisca-pisca ou ao limpador de pára-brisas, por exemplo. Só no chicote elétrico, um dos componentes individuais mais caros de um automóvel, foram economizados 22 quilos.

Os pequenos carros a ar-comprimido atingem velocidades de até 110 km/h, com uma autonomia de 200 quilômetros. O reabastecimento é fácil e rápido, podendo ser feito em poucos minutos em estações dotadas de compressores industriais. Mas o proprietário também tem a alternativa de recarregar o tanque em casa mesmo, utilizando um pequeno compressor embutido no veículo. Nesse caso, a recarga do tanque leva quatro horas.

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Dra. Rita Levi Montalcini




Dra. Rita Levi Montalcini - Presentation Transcript
Slide 1: Dra. Rita Levi-Montalcini Presidente Honorária da Associação Italiana de Esclerose Múltipla
Slide 2: A Dra. Rita Levi-Montalcini, que tem hoje 98 anos, recebeu o Prêmio Nobel de Medicina há 21 anos, quando tinha 77!!! Ela nasceu em Turím, Itália, em 1909 e obteve o título de Medicina na especialidade de Neurocirurgia.
Slide 3: Por causa de sua ascendência judia se viu obrigada a deixar a Itália um pouco antes do começo da II Guerra Mundial. Emigrou para os Estados Unidos onde trabalhou no Laboratório Victor Hambueger do Instituto de Zoologia da Universidade de Washington de San Louis.
Slide 4: Em 1951 veio ao Brasil, para realizar experiências de culturas em vidro no Instituo de Biofísica da Universidade do Rio de Janeiro, onde, em dezembro do mesmo ano, a pesquisadora consegue identificar o fator de crescimento das células nervosas (Nerve Growth Factor, conhecido como NGF). Esta descoberta lhe valeu, em 1986, o Premio Nobel para a Medicina, junto com Stanley Cohen.
Slide 5: Entrevista no dia 22/12/2005 - Como vai celebrar seus 100 anos? - Ah, não sei se viverei até lá, e, além disso, não gosto de celebrações. No que eu estou interessada e gosto é do que faço cada dia.!
Slide 6: - E o que você faz? - Trabalho para dar uma bolsa de estudos para as meninas africanas para que estudem e prosperem ... elas e seus países. E continuo investigando, continuo pensando.
Slide 7: - Não vai se aposentar? -Jamais! Aposentar-se é destruir o cérebro! Muita gente se aposenta e se abandona...E isso mata seu cérebro. E adoece.
Slide 8: - E como está seu cérebro? - Igual quando tinha 20 anos! Não noto diferença em ilusões nem em capacidade. Amanhã vôo para um congresso médico.
Slide 9: - Mas terá algum limite genético ? - Não. Meu cérebro vai ter um século... mas não conhece a senilidade... O corpo se enruga, não posso evitar, mas não o cérebro!
Slide 10: - Como você faz isso? - Possuímos grande plasticidade neural: ainda quando morrem neurônios, os que restam se reorganizam para manter as mesmas funções, mas para isso é conveniente estimulá-los!
Slide 11: - Ajude-me a fazê-lo. - Mantenha seu cérebro com ilusões, ativo, faça com que ele trabalhe e ele nunca se degenerará.
Slide 12: - E viverei mais anos? - Viverá melhor os anos que vive, é isso o interessante. A chave é: manter curiosidades, empenho, ter paixões....veja...não me refiro a paixões físicas especificamente...simplesmente tenha paixões.
Slide 13: - A sua foi a investigação cientifica... - Sim e segue sendo.
Slide 14: - Descobriu como crescem e se renovam as células do sistema nervoso... - Sim, em 1942: dei o nome de Nerve Growth Factor (NGF, fator do crescimento nervoso), e durante quase meio século houve dúvidas, até que foi reconhecida sua validade e em 1986, me deram o prêmio por isso.
Slide 15: - Como foi que uma garota italiana dos anos vinte converteu-se em neurocientista? - Desde menina tive o empenho de estudar. Meu pai queria me casar bem, que fosse uma boa esposa, boa mãe... E eu não quis. Fui firme e confessei que queria estudar.
Slide 16: - Seu pai ficou magoado? - Sim, mas eu não tive uma infância feliz: sentia-me feia, tonta e pouca coisa... Meus irmãos maiores eram muito brilhantes e eu me sentia tão inferior...
Slide 17: - Vejo que isso foi um estímulo... - Meu estimulo foi também o exemplo do médico Albert Schweitzer, que estava em África para ajudar com a lepra. Desejava ajudar aos que sofrem, isso era meu grande sonho!
Slide 18: - E você tem feito... com sua ciência. - E, hoje, ajudando as meninas da África para que estudem. Lutamos contra a enfermidade, a opressão da mulher nos países islâmicos por exemplo, além de outras coisas...
Slide 19: - A religião freia o desenvolvimento cognitivo? - A religião marginaliza muitas vezes a mulher perante o homem, afastando-a do desenvolvimento cognitivo, mas algumas religiões estão tentando corrigir essa posição.
Slide 20: - Existem diferencias entre os cérebros do homem e da mulher? - Só nas funções cerebrais relacionadas com as emoções, vinculadas ao sistema endócrino. Mas quanto às funções cognitivas, não tem diferença alguma.
Slide 21: - Por que ainda existem poucas cientistas? - Não é assim! Muitos descobrimentos científicos atribuídos a homens, realmente foram feitos por suas irmãs, esposas e filhas.
Slide 22: - É verdade? - A inteligência feminina não era admitida e era deixada na sombra. Hoje, felizmente, tem mais mulheres que homens na investigação cientifica: as herdeiras de Hipatia!
Slide 23: - A sábia Alexandrina do século IV... - Já não vamos acabar assassinadas nas ruas pelos monges cristãos misóginos, como ela foi. Claro, o mundo tem melhorado algo...
Slide 24: - Ninguém tem tentado assassinar você... - Durante o fascismo, Mussolini quis imitar o Hitler na perseguição aos judeus... e tive que me ocultar por um tempo. Mas não deixei de investigar: tinha meu laboratório em meu quarto... E descobri a apoptose, que é a morte programada das células!
Slide 25: - Por que tem uma alta porcentagem de judeus entre cientistas e intelectuais? - A exclusão estimula entre os judeus os trabalhos intelectivos e intelectuais: podem proibir tudo, mas não que pensem! E é verdade que tem muitos judeus entre os prêmios Nobel...
Slide 26: - Como você explica a loucura nazista? - Hitler e Mussolini souberam como falar ao povo, onde sempre prevalece o cérebro emocional por cima do neocortical, o intelectual. Conduziram emoções, não razões!
Slide 27: - Isto está acontecendo agora? - Porque você acha que em muitas escolas nos Estados Unidos é ensinado o creacionismo e não o evolucionismo?
Slide 28: - A ideologia é emoção, é sem razão? - A razão é filha da imperfeição. Nos invertebrados tudo está programado: são perfeitos. Nós não. E, ao sermos imperfeitos, temos recorrido à razão, aos valores éticos: discernir entre o bem e o mal é o mais alto grau da evolução darwiniana!
Slide 29: - Você nunca se casou ou teve filhos? - Não. Entrei no campo do sistema nervoso e fiquei tão fascinada pela sua beleza que decidi dedicar todo meu tempo, minha vida!
Slide 30: - Lograremos um dia curar o Alzheimer, o Parkinson, a demência senil? - Curar... O que vamos lograr será frear, atrasar, minimizar todas essas enfermidades.
Slide 31: - Qual é hoje seu grande sonho? - Que um dia logremos utilizar ao máximo a capacidade cognitiva de nossos cérebros.
Slide 32: - Quando deixou de sentir se feia? - Ainda estou consciente de minhas limitações!
Slide 33: - Que tem sido o melhor da sua vida? - Ajudar aos demais.
Slide 34: - O que você faria hoje se tivesse 20 anos? - Mas eu estou fazendo!!!!
Slide 35: A Dra. Rita Levi-Montalcini é, desde 2001, Senadora Vitalícia da República Italiana, nomeada diretamente pelo Presidente Carlo Azeglio Ciampi.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

COISAS DA VIDA





Quando a lua apareceu ninguém sonhava mais do que eu
Já era tarde, mas a noite é uma criança distraída
Depois que eu envelhecer ninguém precisa mais me dizer
Como é estranho ser humano nessas horas de partida
É o fim da picada, depois da estrada começa uma grande avenida
No fim da avenida, existe uma chance, uma sorte, uma nova saída
São coisas da vida
E a gente se olha, e não sabe
Se vai ou se fica
Qual é a moral? qual vai ser o final dessa história?
Eu não tenho nada prá dizer, por isso digo
Que eu não tenho muito o que perder, por isso jogo
Eu não tenho hora prá morrer, por isso sonho

Ah, ah, ah, são coisas da vida
Ah, ah, ah, e a gente se olha e não sabe se vai ou se fica, Ah,ah..
Ah, ah, ah, são coisas da vida

domingo, 25 de janeiro de 2009

JARDIM DA FANTASIA

Linda música.
Linda poesia.
Para a minha Bem te vi...Ainda te quero muito mais...





Jardim da fantasia
(Paulinho Pedra Azul)

Bem te vi, bem te vi
Andar por um jardim em flor
Chamando os bichos de amor
Tua boca pingava mel
Bem te quis, bem te quis
E ainda quero muito mais
Maior que a imensidão da paz
Bem maior que o sol
Onde estás?
Nas nuvens ou na insensatez
Me beije só mais uma vez
Depois volte prá lá.

ALMA DE EDUCADOR

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