terça-feira, 9 de setembro de 2008
SEGURE MINHA MÃO
A sobrecarregada enfermeira viu o jovem entrar no quarto e, inclinando-se, disse alto ao idoso paciente:
- Seu filho está aqui.
Com grande esforço, o velho homem abriu os olhos e, a seguir, fechou-os outra vez.
O jovem apertou a envelhecida mão e sentou-se ao lado da cama.
Por toda a noite, o jovem ficou sentado ali, segurando a mão e sussurrando palavras de conforto.
O paciente não suportou e amanheceu morto.
Em instantes, a equipe de funcionários do hospital encheu o quarto para desligar as máquinas e remover as agulhas.
A enfermeira aproximou-se do jovem e começou a oferecer-lhe as condolências, mas foi interrompida.
- Quem era esse homem? Perguntou o jovem.
Assustada, a enfermeira respondeu:
- Eu achei que fosse seu pai!
- Não. Não era meu pai. Eu nunca o vi este homem antes em minha vida.
- Então, porque você não falou nada quando lhe anunciei para ele.
- Eu percebi que ele precisava do filho e o filho não estava aqui. E como ele estava por demais doente para reconhecer que eu não era seu filho, percebi que naquela hora ele precisava de mim.
Ninguém precisa morrer sozinho.
Do mesmo modo, ninguém precisa sofrer sozinho ou chorar sozinho; rir sozinho ou celebrar sozinho.
Nós fomos feitos para viajar de mãos dadas através da jornada da vida.
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