sexta-feira, 3 de agosto de 2007

UMA RUA DO BEM

AINDA É POSSIVEL MUDAR O MUNDO

Como a iniciativa dos moradores trasformou uma área perigosa em um exemplo de inclusão social

O Morro do Querosene fica à beira da Avenida Corifeu de Azevedo Marques. Ali moram estudantes, executivos, artistas, gente que anda a pé e gente que anda de carro. Todos usam a mesma rua principal para ir dali até qualquer outro lugar. Uma rua na qual sempre se jogou taco e namorou, mas também se roubavam toca-fitas e se usavam drogas.

Um grupo de artistas do bairro viu uma oportunidade para integrar as diferentes tribos que conviviam no bairro. Juntaram o talento e a vontade de ensinar de uns – como o músico Tião Carvalho e o premiado percussionista Dinho Nascimento – com a organização de uma ONG que atuava em outro bairro, chamada Movimento Jovem Consciente. Criaram o projeto Treme Terra, um conjunto de oficinas de rua em que os moradores voluntários ensinavam o que pudessem oferecer. Deu certo. Com as oficinas, vizinhos que mal se falavam passaram a trabalhar juntos. “Segurança a gente não consegue com polícia, e sim aproximando a vizinhança
Hoje, as aulas de afro e outras danças, percussão, berimbau, capoeira, muay thai (também conhecido como boxe tailandês), informática e inglês, as palestras e o acesso livre à internet fazem parte de uma grade de atividades diárias. No primeiro ano, foram atendidas 390 crianças. Um dos alunos da oficina de inglês, Vítor Reis, de 15 anos, hoje mora em Nova York, com a ajuda de outra ONG.
Integrar todas as tribos, a principal missão dos ongueiros do Querosene, exige pensar em muitos detalhes. Foi preciso pedir ao comércio local que não vendesse bebida alcoólica durante a festa, para que as crianças não associassem curtição à cerveja. O dono da padaria topou. “Cada um traz os modelos de comportamento que aprendeu em casa. Quando chegam aqui, sentem a diferença”
No dia da festa, as regras do Treme Terra atravessaram o muro e valeram para a rua também. Uma rua sem saída no mapa, mas com novas perspectivas para quem a conhece.
Materia completa na Revista Veja - Ediçao 477 - 09-09-07

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