DA REVISTA ÉPOCA
10% desse total, ou 600 mil pessoas, não são nem fumantes - são os chamados "fumantes passivos". A situação preocupa tanto os governos que, a cada dia, mais e mais cidades adotam leis antifumo
Seis milhões de pessoas morrerão no ano por causa do cigarro. 10% delas, ou 600 mil, não são nem fumantes. É o que afirmou, nesta sexta-feira (26), a Organização Mundial de Saúde (OMS) por ocasião dos preparativos para o Dia Mundial Sem Tabaco.
"Se não forem tomadas mais medidas, em 2030 o tabaco pode causar a morte de oito milhões de pessoas ao ano", afirmou Armando Peruga, diretor da Iniciativa Livre de Tabaco da OMS.
Grande vilão da sociedade, o tabaco é responsável pela má qualidade na saúde não só de quem fuma, mas também dos chamados “fumantes passivos”, aqueles que convivem com os fumantes. Expostos constantemente à fumaça exalada pelos pulmões dos fumantes, essa parcela da população acaba inalando tóxicos mais prejudiciais.
O assunto preocupa tanto os governos que em diversas cidades do mundo já se vem adotando leis antifumo, semelhantes à que começou no Estado de São Paulo e se espalhou por outras regiões do país nos últimos anos. A legislação paulista, uma das mais fortes, proíbe o fumo em qualquer lugar fechado e até mesmo embaixo de simples toldos - mesmo os fumódromos ficam proibidos se não forem feitos a céu aberto.
Este ano, a OMS dedicará o Dia Mundial sem Tabaco ao Convênio Marco para o Controle do Tabaco. A Organização de Saúde considera o Convênio como o melhor instrumento para acabar com um hábito que já matou 100 milhões de pessoas no século XX e que pode tirar a vida de um bilhão de indivíduos no século XXI caso a atual tendência seja mantida.
"O tabaco é um dos principais responsáveis pela epidemia de doenças não transmissíveis como ataques cardíacos, derrames, câncer e enfisemas, que causam 63% de todas as mortes no mundo", diz Peruga.
Entre as obrigações que os países que fazem parte do Convênio assumem, está proteger as políticas de saúde pública dos interesses da indústria do tabaco, adotar medidas relacionadas com os preços e impostos para reduzir a demanda de tabaco e proteger as pessoas contra a exposição à fumaça do cigarro.
Apenas 20 Estados-membros da OMS não aderiram ao Convênio Marco, entre eles Estados Unidos, Suíça, Argentina e Indonésia.
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