quinta-feira, 8 de julho de 2010

TEMPOS DE BARBÁRIE

O QUE SE PODE ESPERAR DE UAM SOCIEDADE MACHISTA E DESPREZÍVEL.

Em 2006, a iraniana Sakineh Mohammadi Ashtiani foi acusada de adultério. Após ser torturada com chicotadas e forçada a confessar, ela foi condenada a morrer por apedrejamento.
Nessa forma de execução, a mulher é enrolada com um pano branco e enterrada de pé, apenas com a cabeça acima do chão. Pedras são então atiradas, sendo que segue-se a regra de que têm que ser grandes para causar sofrimento, mas não podem ser suficientemente fortes a ponto de a morte ser imediata.




Segundo a agência oficial Irna informou nesta sexta, a pena de apedrejamento de Ashtiani está sendo revisada pela Justiça, de acordo com Mohammad Javad Larijani, chefe do Escritório de Direitos Humanos do Departamento.

"Ela foi condenada a noventa chibatadas por um tribunal e apedrejamento por outro, o veredicto está sendo revisado", disse Larijani. "A pena de apedrejamento existe na lei, mas os juízes a usam muito de vez em quando", acrescentou o funcionário.

Perante a repercussão internacional do caso, a embaixada iraniana em Londres anunciou na quinta em comunicado que Ashtiani, de 43 anos, não ia ser apedrejada, castigo ao qual foi sentenciada por ter tido, supostamente, uma relação extraconjugal.

Em comunicado, a AI afirma que, embora tenha sido retirada sua condenação por apedrejamento, que foi ratificada pela Corte Suprema do Irã em maio de 2007, ainda é possível que a vítima, que se declara inocente, seja enforcada.

"Uma mera mudança de método de execução não mudará a injustiça enfrentada por Ashtiani", afirma a subdiretora da AI para o Oriente Médio e Norte da África, Hassiba Hadj Sahraoui.

"O comunicado das autoridades iranianas não especifica que autoridades judiciais foram consultadas. Até que ela e seu advogado não recebam uma notificação oficial, pode ser executada a qualquer momento, inclusive por apedrejamento", acrescenta a porta-voz.

Um dos filhos de Ashtiani, Sajad Ghadarzade, de 22 anos, enviou uma carta às organizações de direitos humanos na qual negava as acusações de adultério contra sua mãe e se queixava que as máximas autoridades do país tivessem rejeitado seus pedidos de clemência.

Ashtiani está presa desde maio de 2006, quando um tribunal na província do Azerbaijão Ocidental a considerou culpada de manter "relações ilícitas" com dois homens após a morte de seu marido.

Ela foi punida com 99 chibatadas. Mas em setembro do mesmo ano, durante o julgamento de um homem acusado de assassinar o marido de Sakineh, outro tribunal reabriu um caso de adultério baseado em eventos que teriam ocorrido antes da morte dele.

Apesar de voltar atrás em uma confissão que teria feito sob coerção, Sakineh foi condenada por adultério. Ela está detida em uma prisão na cidade de Tabriz desde 2006.

A organização internacional de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch lançou um apelo para que o governo do Irã cancelasse a execução de Sakineh.

A campanha contou com o apoio de celebridades como os atores Colin Firth, Emma Thompson, Robert Redford e Juliette Binoche e a estilista Katherine Hammett.

Com informações da Efe, BBC e AFP

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