segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

A BUSCA DA FELICIDADE

Para você nesse dia tão lindo de seu aniversário, minha amiga especial, tenha um lindo dia feliz...

Matéria da revista Super Interessante
Nos últimos anos, cada vez mais pesquisadores têm tentado descobrir o que faz as pessoas felizes.
Veja como essas pesquisas podem melhorar sua vida.
Felicidade é um truque.
Um truque da natureza concebido ao longo de milhões de anos com uma só finalidade: enganar você.
A lógica é a seguinte: quando fazemos algo que aumenta nossas chances de sobreviver ou de procriar, nos sentimos muito bem.
Tão bem que vamos querer repetir a experiência muitas e muitas vezes.
E essa nossa perseguição incessante de coisas que nos deixem felizes acaba aumentando as chances de transmitirmos nossos genes. "As leis que governam a felicidade não foram desenhadas para nosso bem-estar psicológico, mas para aumentar as chances de sobrevivência dos nossos genes a longo prazo", escreveu o escritor e psicólogo americano Robert Wright, num artigo para a revista americana Time.

A busca da felicidade é o combustível que move a humanidade - é ela que nos força a estudar, trabalhar, ter fé, construir casas, realizar coisas, juntar dinheiro, gastar dinheiro, fazer amigos, brigar, casar, separar, ter filhos e depois protegê-los.
Ela nos convence de que cada uma dessas conquistas é a coisa mais importante do mundo e nos dá disposição para lutar por elas.
Mas tudo isso é ilusão.
A cada vitória surge uma nova necessidade.
Felicidade é uma cenoura pendurada numa vara de pescar amarrada no nosso corpo.
Às vezes, com muito esforço, conseguimos dar uma mordidinha. Mas a cenoura continua lá adiante, apetitosa, nos empurrando para a frente.
Felicidade é um truque.
E temos levado esse truque muito a sério.
Vivemos uma época em que ser feliz é uma obrigação - as pessoas tristes são indesejadas, vistas como fracassadas completas.
A doença do momento é a depressão. "A depressão é o mal de uma sociedade que decidiu ser feliz a todo preço", afirma o escritor francês Pascal Bruckner, autor do livro A Euforia Perpétua.
Muitos de nós estão fazendo força demais para demonstrar felicidade aos outros - e sofrendo por dentro por causa disso.
Felicidade está virando um peso: uma fonte terrível de ansiedade.
Esse assunto sempre foi desprezado pelos cientistas. Mas, na última década, um número cada vez maior deles, alguns influenciados pelas idéias de religiosos e filósofos, tem se esforçado para decifrar os segredos da felicidade.
A idéia é finalmente desmascarar esse truque da natureza.
Entender o que nos torna mais ou menos felizes e qual é a forma ideal de lidar com a ansiedade que essa busca infinita causa..

Três caminhos
Um dos motivos pelos quais a felicidade é tão difícil de alcançar é que nem sabemos bem o que ela é.
A felicidade é na verdade a soma de três coisas diferentes: prazer, engajamento e significado.
Prazer você sabe o que é.
Trata-se daquela sensação que costuma tomar nossos corpos quando dançamos uma música boa, ouvimos uma piada engraçada, conversamos com um bom amigo, fazemos sexo ou comemos chocolate.
Um jeito fácil de reconhecer se alguém está tendo prazer é procurar em seu rosto por um sorriso e por olhos brilhantes.
Já engajamento é a profundidade de envolvimento entre a pessoa e sua vida.
Um sujeito engajado é aquele que está absorvido pelo que faz, que participa ativamente da vida.
E, finalmente, significado é a sensação de que nossa vida faz parte de algo maior.
A vantagem de dividir a felicidade em três é que assim fica mais fácil definirmos nossos objetivos.
"Buscar a felicidade" é uma meta meio vaga, fica difícil até de saber por onde começar.
Mas, se você se conscientizar de que basta juntar essas três coisas - prazer, engajamento e significado - para a felicidade vir de brinde, a tarefa torna-se menos penosa.

Ser infeliz é preciso
Ok, já temos a receita da felicidade.
Basta juntar prazer, engajamento e significado e nossa vida se resolve para sempre? Ah, se fosse assim tão simples.
A felicidade, como não cansam de repetir os poetas e os chatos, é breve.
Ainda bem. Felicidade, por definição, é um estado no qual não temos vontade de mudar nada. Ou seja, se passássemos tempo demais assim, nossas vidas estacionariam.
A busca da felicidade é o que nos empurra para a frente - se agarramos a cenoura, paramos de correr e a brincadeira perde completamente a graça. Portanto, um pouco de ansiedade, de insatisfação, é perfeitamente saudável.
"Felicidade é projetada para evaporar", escreveu Robert Wright. E, segundo ele, há uma razão evolutiva para isso também: "se a alegria que vem após o sexo não acabasse nunca, então os animais copulariam apenas uma vez na vida".
Mora aí um dos grandes problemas atuais.
Muita gente acredita que é possível viver uma existência só de altos, sem nenhum ponto baixo, sem tristeza, sem sofrimento.
E alguns estão dispostos a conseguir isso sem esforço algum, só à custa de antidepressivos.
Isso é conversa de cientista, mas alguns religiosos, em especial os budistas, já afirmam algo parecido há muito tempo.
Um de seus preceitos básicos é o de que "a vida é sofrimento". Coisa chata, né? Talvez, mas ter consciência de que o sofrimento é inevitável pode ajudar a trazer felicidade, e certamente diminui a ansiedade.
O conselho do dalai-lama é que, quando as coisas estiverem mal, em vez de se entregar à infelicidade ou tentar apenas minimizar os sintomas, você respire fundo e tente descobrir o porquê da situação.
Segundo ele, grande parte da dor é criada por nós mesmos, pela nossa inabilidade de lidar com a tristeza e pela sensação de que somos obrigados a ser sempre felizes. Ao encarar o sofrimento de frente e identificar as suas causas reais, você estará dando um passo na direção do autoconhecimento, o que vai lhe permitir entender quais seus objetivos na vida, quais seus valores. Para usar a terminologia de Seligman, esse autoconhecimento dará a você mais clareza sobre que tipo de atividades lhe traz prazer, engajamento e significado. Ou seja, são esses momentos ruins que criarão condições para você correr atrás da sua própria realização - individual, pessoal e intransferível.

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