Aprendi a amar a poesia com o meu filósofo predileto, Rubem Alves, para mim ele sempre foi como "A menina e o passaro encantado". sempre trazendo novidades que eu já amava sem conhecer.
Junto no pacote, ele em suas escritas, cita Fernando Passoa (Alberto Caeiro) que transfere o nosso olhar para as "coisas da vida" de forma tão sublime.
Neste poema, ele nos retrata as formas de se ver e rever a vida.
Tenho muito pensado nisso, eu mesmo preciso vez em quando "Olhar para tráz" e tentar mudar meu destino, mesmo com dor. Só de pensar me faço doente dos olhos...num mundo de malmequer...
O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar...
Junto no pacote, ele em suas escritas, cita Fernando Passoa (Alberto Caeiro) que transfere o nosso olhar para as "coisas da vida" de forma tão sublime.
Neste poema, ele nos retrata as formas de se ver e rever a vida.
Tenho muito pensado nisso, eu mesmo preciso vez em quando "Olhar para tráz" e tentar mudar meu destino, mesmo com dor. Só de pensar me faço doente dos olhos...num mundo de malmequer...
O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo essencial
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O Mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe por que ama, nem o que é amar...
Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar...
Fernando Pessoa
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